Um móvel antigo, daqueles que a gente recebe de herança, pode ser uma ótima alternativa para decorar a casa. O problema é que, muitas vezes, ele está tão mal conservado que você nem sabe o que fazer. Fique tranquilo: é sempre possível aproveitá-lo, com uma reforma ou uma restauração – depende do que pretende fazer com aquele objeto no seu ambiente.
O móvel tem valor sentimental, mas você prefere mudar a “cara” dele? Reforme-o. Quer mantê-lo com as características originais? Opte pelo restauro. “Fica com aparência de móvel bem conservado”, afirma o arquiteto Saulo Szabó, da Szabó e Oliveira Arquitetura, especialistas nesse tipo de intervenção.
Claro que você não deve deixar um objeto desses na mão de qualquer um. Escolha um profissional sobre o qual você tenha boas referências. Um bom especialista vai saber como fazer para, por exemplo, garantir que o móvel possa voltar ao conceito inicial. O próprio Szabó adquiriu uma mesa de cabeceira de aproximadamente 50 anos. Como, ao longo dos anos, ela sofreu várias interferências, foi pintada de outras cores e estava em estado meio crítico, ele optou por laquear o móvel de verde, com pintura automotiva, que conserva por mais tempo (aproximadamente dez anos). “Quando tiver vontade de rever o conceito original, posso tirar a laca”, esclarece.
Garimpo
Por isso, procure alguém de confiança, converse bastante, mostre o que quer fazer com o móvel, principalmente se não quiser mudar o conceito original. E atente-se para uma dica importante: verifique se ele pode usar a mesma madeira – ou pelo menos recorrer a uma de cor e textura equivalentes para chegar a uma tonalidade similar. “Usando recursos atuais, como verniz e cromagem, este especialista mantém as características essenciais intactas”, comenta o arquiteto Szabó.
Geralmente, quem trabalha com reforma e restauro tem um ateliê discreto e trabalha como autônomo. É o caso de Amarildo Rodrigues Ferreira, que trabalha no ramo há 25 anos, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo. Quando quer mudar o visual do móvel, ele costuma aplicar pátinas, marmorizações e lacas — técnicas de texturização que dão um visual diferente, de acordo com o gosto do cliente. “O importante é usar um material que tenha durabilidade”, ressalta.
Mesmo dialogando bastante com seus clientes, Ferreira acabou mudando o conceito de algumas cadeiras antigas que recebeu como encomenda. “Estou refazendo, pois entendi que o cliente queria outro resultado.” Mas só é possível voltar ao conceito original porque houve o material original foi preservado.
Se você não conhece um profissional adequado, procure lojas de renome, que restauram ou trabalham com restauradores terceirizados. Em São Paulo, Szabó indica a Filter e a Passado Composto. “Quando quiser modificar seu móvel, não tente economizar, porque um serviço mal feito pode estragar para sempre o objeto”, enfatiza o arquiteto. Caso falte verba, espere mais um pouco. “Assim você garante que sua herança perdure por muito mais tempo”, garante.
Fotos: Niels Andreas
Fonte: Portal Vital
Fonte: Portal Vital